Quem são as(os) Auxiliares de Atividades Educativas? O que elas/eles enfrentam? Por que irão paralisar?

28/02/2018
Por Auxiliares Invisíveis

 

Esse informativo é pra que você, pai, mãe, trabalhador, se junte conosco nessa luta. Talvez você tenha ouvido falar da Paralisação dos Auxiliares de Atividades Educativas da rede municipal de educação de Goiânia, no dia 05 de março, exigindo os 30% de adicional que nos são de direito. Nem sempre conseguimos contextualizar a razão e a seriedade dessa reivindicação. É preciso então entendê-la um pouco mais.

Você conhece alguma criança que estuda em um CMEI ou Escola do município de Goiânia? Está ciente de quem são as pessoas responsáveis cotidianamente por fazer seu acolhimento e ajudar nas atividades de alimentação, higienização e locomoção, dentro da instituição de ensino? Essas são as auxiliares de atividades educativas.

A função nasce com o objetivo de dar suporte ao professor na construção de uma educação integral da criança. Em salas cheias, com mais de 25 ou 30 alunos, a realização da prática docente pode ser prejudicada quando o profissional precisa se dedidcar à turma sozinho. Fato este que também contribui para que problemas individuais das crianças sejam involuntariamente relevados ou até generalizados, sem que se dê uma atenção especial a cada caso. Para evitar isso temos, em Goiânia, o cargo de auxiliar de atividades. Acaba sendo normal, portanto, que consigamos alertar o professor de problemas que ele não consegue perceber, já que o nosso contato com os alunos também é frequente e direto. Para o bom funcionamento de muitas instituições de ensino do município, a existência do Auxiliar de Atividades Educativas é indispensável. Ele não pode, no entanto, substituir o professor e permanecer em sala por muito tempo sem o regente.

POR QUE LUTAR PELO ADICIONAL?

O Adicional de Incentivo Funcional está previsto na Lei nº 9.637/2015 e consta no Edital do concurso da Educação de 2016. Essa conquista (fruto da luta de trabalhadores da educação) é um direito que há longos nove meses nos é negado. São R$ 300 que fazem a diferença na vida de qualquer trabalhador, mas que a prefeitura tenta repetidamente apontar como um problema de comprovação de exercício da função individual. Como se o simples fato de estarmos vinculados a rede e trabalhando diariamente já não bastasse.

Mesmo com esse direito, o retorno financeiro da função é muito injusto segue o rumo do restante de tudo que é relacionado à educação básica. O vencimento hoje é de R$ 1045,00 para concursados que entram apenas pelo nível de ensino médio completo. É consenso na categoria de que não é um trabalho fácil. Há enorme desgaste físico, psicológico e emocional, resultantes da responsabilidade que temos sobre a vida de pessoas que estão descobrindo as coisas do mundo e tentando entender como é viver, muitas vezes em contextos sociais extremamente sofridos. As dificuldades de se trabalhar na educação pública relacionadas à estrutura física dos locais de ensino continuam sendo gigantes. Assim como os professores, os auxiliares chegam à beira do abismo emocional em muitos momentos devido a sobrecarga de trabalho. Como há na rede um déficit que a prefeitura insiste em negar, é comum ver casos de desvio de função que são abafados diariamente. Enquanto a prefeitura não convoca o restante dos aprovados do concurso, profissionais que são flexibilizados acabam não aguentando a pressão, chegando até a pedir exoneração. Mas nós podemos mudar essa realidade!

O QUE VOCÊ PODE FAZER?

Bem, agora você já sabe o porquê da paralisação do dia 5 de março. Seja você mãe, pai, avó, tia, tio, funcionário, criança, professor, gato, cachorro, papagaio, apoie a paralisação dos auxiliares de atividades educativas. Porque, hoje, apoiar a nossa paralisação é apoiar a luta pela escola pública de qualidade!

Mesmo se o seu CMEI ou Escola não for paralisar, não deixe de fazer sua parte, auxiliar. Dia 5, paralise!