[gyn] Carta aberta contra a ameaça de demissão de 22 trabalhadoras da limpeza e de 50% dos vigias da UFG
Goiânia, 27 de fevereiro de 2019.
Aos trabalhadores e trabalhadoras da UFG,
Para quem não sabe, já foi anunciado, na semana passada, em reuniões com as equipes de limpeza dos prédios, a demissão de vinte e dois (22) trabalhadores e trabalhadoras da limpeza. A estratégia é que cada trabalhadora cuide de mais de um prédio por dia, com a diminuição da qualidade do serviço prestado e sobrecarga das trabalhadoras. Informalmente, já foi anunciado para os vigias, guardas não-armados que cuidam da segurança dos prédios, a mudança do regime de “12 por 36” para um regime de 44 horas semanais, com a redução de metade dos trabalhadores do setor. Acontece que eles terão uma redução do salário e ainda serão obrigados a gastar mais com transporte, pois ao invés de se deslocarem dia sim, dia não, terão que se deslocar cindo (5) dias por semana, gastando mais gasolina e mais passes de ônibus. Com isso, provavelmente terão que recorrer a bicos ou outros empregos para conseguir pagar suas contas. Eles se revesarão durante o dia, e a noite, todos os equipamentos que utilizamos ou trabalhos importantes que possivelmente estejam inacabados ficarão expostos e sem segurança. Os que não concordam com a mudança, foram instruídos a procurar o departamento pessoal da empresa à qual estão vinculados e pedir contas. Tudo isso são informações que qualquer um que conversar com os terceirizados do seu prédio, poderá descobrir com facilidade. Mas isso não é mesmo problema nosso?
Costumamos pensar que os serviços de limpeza e segurança prestados à UFG são serviço prestados a nós. Comumente pensamos, a pessoa que limpa nossa mesa, a pessoa que limpa nossa sala. Nos esquecemos que não é nossa mesa, nem nossa sala, mas sim a mesa e a sala da UFG. Afinal, a UFG não é nossa casa! Se pensarmos bem, quem fará esse serviço quando (ou se) essas pessoas não estiverem mais ali? Aos poucos nos acostumamos a limpar as mesas, a limpar a copa e quem sabe a limpar o chão… Aos poucos começamos a vigiar os espaços aqui e ali pra se certificar que está tudo bem quando o vigia está cansado demais para vigiar… Isso não é um favor ou uma obrigação de quem usa o espaço, é um acúmulo de função! Agora, além de fazer todo o trabalho que já fazíamos antes, somos obrigados a pegar trabalho a mais, ou algum chefe toleraria: “eu não fui muito produtivo hoje porque estava limpado a copa”? Por acaso a UFG vai contratar mais técnicos e professores para que esse serviço seja dividido entre todos? E ao tolerarmos a sobrecarga e o desgaste de outros trabalhadores, o que garante que a UFG não fará (ou já faz) o mesmo com a gente? Os trabalhadores da limpeza e da segurança não estão aqui pra nos servir, são nossos COLEGAS, direta ou indiretamente, trabalham para a mesma instituição: a UFG! E como colegas que somos, somos nós que também pagaremos o pato caso eles sejam demitidos! Temos que parar de pensar que uma categoria nos divide, e que o que diz respeito à outras categorias não nos afeta. Somos todos trabalhadores da UFG! O bem de um é o bem de todos! NENHUM A MENOS!!
Por uma técnica administrativa.