A expansão da UFG e a super-exploração dos trabalhadores terceirizados
Outubro 2017
No período de 2006 a 2013, a Universidade Federal de Goiás-UFG quase dobrou sua área construída, graças ao Programa Reuni de Reestruturação das Universidades Federais. Com um aporte orçamentário de R$120,6 milhões, a UFG aumentou de 200.000 m2 para cerca de 380.000 m2, o que corresponde a uma expansão de 90% em novos prédios .
Tal crescimento deveria vir acompanhado de mais servidores, na medida certa, em todas as áreas: acadêmica, administrativa, de segurança, de limpeza etc. Isso aconteceu apenas em parte. A quantidade de professores cresceu quase duas vezes e meia, mas a de técnico-administrativos efetivos, por exemplo, não atendeu à expansão.
Todavia, é no âmbito do pessoal terceirizado que o problema do crescimento da UFG hoje se mostra mais dramático. Conforme o gráfico abaixo, em 2013 havia 434 terceirizados do setor de limpeza, o que resultava em um trabalhador para cada 875,5 m2. Com os sucessivos ajustes fiscais, iniciados em 2015 e aprofundados após a entrada de Temer, o corte da mão-de-obra terceirizada foi brutal e atualmente há apenas 204 trabalhadores nos serviços de limpeza. Uma queda de 63%, o que resultou em 1862,7 m2 por trabalhador, 112,7% a mais de área para cuidar. Não é necessário dizer que o salário continua minguado e aquém das necessidades básicas, ao mesmo tempo em que a pressão para a entrega de um serviço de qualidade é a marca registrada dos gestores. O mesmo processo de redução ocorreu com os segmentos de vigia e recepção.
O Coletivo Invisíveis repudia a super-exploração dos trabalhadores terceirizados e se coloca como instrumento de solidariedade e luta.