[RIO DE jANEIRO] CORONAVÍRUS: TERCEIRIZADAS(0S) DA LIMPEZA CONTINUAM TRABALHANDO?!
Depois do Ato Executivo de Decisão Administrativa 013 , aplicado pela reitoria da UERJ, as atividades estão paradas em amplos setores. Ele define a suspensão de 15 dias, com possível prorrogação do mesmo prazo, a fins da quarentena contra o coronavírus (COVID-19), de boa parte do funcionamento da universidade, incluindo o serviço técnico. O serviço considerado essencial permanece em funcionamento, mas em escala, para evitar aglomerações e o contágio. Evitando a reunião com mais de 7 pessoas, uso de ar-condicionado e recomendando o uso constante de álcool em gel e medidas de higienização.
De acordo com o ato da reitoria, no inciso IX do artigo 5º, o serviço de limpeza e segurança é tratado como essencial. Portando, segundo isso eles devem funcionar em escala e em horário reduzido. Está ocorrendo rodízio de funcionários. E estão liberados de trabalhar no sábado.
Alguns relatos de funcionárias (os) da limpeza:
“Não tem ninguém na UERJ (Campus Maracanã). Tá um breu lá. A gente ta indo limpar lá, não sei por quê. Tamo indo um dia sim outro dia não, turno da manhã ta com 15 funcionário e da tarde também. Parece que são quatro grupos com 15 funcionários em cada turno fazendo rodízio.”
“Ta normal o dia lá, mas não era pra ninguém ir né. Tamo indo mas não tem nada pra fazer. Como ta parada toda a UERJ (Maracanã), não tem nada pra limpar. Hoje foi uma metade e amanhã vai outra. Em termo de trabalho mermo não tem por quê a gente estar lá. E ainda ficamo exposto à doença né, tamo pegando trem e ônibus lotado. Por quê a hora que a gente sai é a hora que tá todo mundo saindo. E pra quem chega deve tá a mesma coisa.”
De acordo com o artigo 4º, parágrafo 1 e 2, do ato da reitoria, os funcionários devem ser liberados para não pegar TRANSPORTE PÚBLICO LOTADO. Mas não é o que está acontecendo. E levando em consideração que devem preservar os grupos de risco: idosos, gestantes, imunossuprimidos ( em tratamento por deficiência de imunidade) e portadores de doenças crônicas. A empresa APPA e a administração da UERJ não estão levando em consideração a proteção dos familiares de seus funcionários. E pelos relatos, fica a pergunta: pra que considerar um serviço essencial a limpeza de áreas que não sejam da saúde?
Outros relatos:
Invisíveis: “Vocês recebem álcool em gel, máscaras, luva e outro material de proteção contra o coronavírus?”
Funcionária(o) da limpeza: “P****A nenhuma! Hahahaha. A gente ta tirando lixeira, limpando banheiro, lidando com tudo que eu sei que transmite o coronavírus. E a APPA não dá nada pra gente aqui, nem um álcool em gel, nem nada. Depois ainda tamo pegando trem e ônibus lotado.”
Conforme relatos de funcionários do Hospital e de outros campus da UERJ, a empresa APPA não fornece material de prevenção, como EPI (equipamento de proteção individual) ou álcool em gel. Isso viola o deliberado no artigo 11, do DECRETO Nº 46.973 DE 16 DE MARÇO DE 2020 do governo do RJ. Feito para realizar a quarentena contra o coronavírus no Estado.
Trabalhador(a) terceirizado(a). Não teve liberação do trabalho? Não é declarado essencial? Está pegando transporte público lotado por isso? Mande seu relato!